Síntese da História do Pentecostalismo

unnamed (12)Introdução

Nos últimos anos tem havido um grande interesse, por parte dos sociólogos e cientistas da religião em geral, pelo crescimento vertiginoso dos pentecostais no Brasil.

O Pentecostalismo completou entre 2010/2011 cem anos de existência em território brasileiro. Tentaremos, nesta breve síntese, falar um pouco sobre a história do pentecostalismo no Brasil e no mundo, conhecendo suas origens, suas doutrinas e suas ideologias.

O movimento pentecostal se tornou o maior movimento evangélico brasileiro; em termos demográficos, teve um crescimento explosivo desde sua inserção aqui no brasil. Atualmente, segundo as estatísticas, contamos com quase 18 milhões de pentecostais no país, e estes números seguem crescendo paulatinamente a cada dia mais. Hoje, quem percorre o Brasil contemporâneo, especialmente em suas metrópoles e grandes cidades, depara-se com um número impressionante de templos evangélicos de diferentes denominações, alguns já tradicionais, contando com mais de um século de história, outras de ontem ou anteontem.[1]

Sua maior característica em relação aos outros movimentos protestantes é a ênfase no “batismo com o Espírito Santo”, que é marcado com a glossolalia (falar em línguas). Tentaremos em linhas gerais, sempre que possível, analisar este fenômeno num viés histórico-sociológico e teológico, para que possamos entender melhor sua formação e seu impacto na sociedade.

A história dos pentecostais remonta uma série de fatos que ocorreram na história da igreja, para vir a se transformar no que hoje conhecemos por Pentecostalismo. É interessante entendermos sua história, para que possamos conhecer um pouco mais o que somos hoje, muito embora, há quem conteste esta ideia, pois acredita que a história nada tem a nos oferecer ou a nos ensinar, tal como Hegel que afirmou: “as pessoas jamais aprenderam coisa alguma da história nem agiram baseadas nos princípios dela”. Todavia, pensamos que, analisando o passado, podemos dar novos caminhos para o presente, evitando que cometamos erros futuros.

As origens e o significado do Pentecostalismo

Antes de adentrarmos propriamente na história do pentecostalismo, é interessante que voltemos rapidamente ao ministério de Jesus e, consequentemente, à origem da palavra “pentecoste” para que possamos entender etimológica e biblicamente o seu significado.

O cristianismo, em suas origens, tem como característica peculiar, a cura e as manifestações milagrosas de Jesus. Fato este que, faziam com que todos aqueles que viam os milagres imediatamente seguissem a Jesus, crendo que Ele fosse o Messias esperado como havia anunciado o profeta Isaías (Is. 53).

Depois da morte de Jesus, os discípulos continuaram seu ministério, e Ele próprio (Jesus), prometeu que iria, mas deixaria um consolador que era o Espírito Santo. “Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos envarei da parte do Pai, o Espírito da verdade que dele procede, esse dará testemunho de mim, e vós também testemunhareis, porque estais comigo desde o princípio” (Jo 15:26,27).

Ao ausentar-se deles, disse que permanecessem em Jerusalém até que do alto eles fossem revestidos, referindo-se ao Espírito Santo: “Eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, em Jerusalém até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24:49). E assim foi. No livro de Atos dos Apóstolos vemos que, como dissera Jesus, o Espírito Santo veio de maneira sobrenatural sobre eles; e este acontecimento de grande importância ocorreu no dia de Pentecoste. A palavra Pentecoste vem do grego pentekostos, que significa quinquagésimo. O dia de Pentecostes era o quinquagésimo dia após a páscoa, dia este que se celebrava a Festa das Semanas (Ex. 34.22; Dt. 16.10). Neste dia todos se reuniam em Jerusalém para adorar, as comunidades judaicas de todas as regiões vinham celebrar o Dia de Pentecostes em memória de sua história.[2]

Hodiernamente, quando falamos de pentecostes, estamos nos referindo ao movimento carismático. A palavra “carismático” vem do grego charismata, que significa (dons do Espírito Santo). Por essa razão associam-se o termo “pentecoste” com “carismático”. No entanto, entre os protestantes é mais comum se falar sobre o movimento pentecostal, o que conhecemos por pentecostalismo.

Pentecostalismo na história da Igreja

  1. 1.    O Montanismo

Já vimos de onde surgiu e o que significa o termo “pentecostalismo”.  Voltaremos à história da igreja para melhor entendermos o contexto ao qual se formou esse “movimento do Espírito”, que conhecemos hoje como pentecostalismo.  Se formos voltar às origens da Igreja primeva, ou seja, da Igreja depois dos apóstolos, veremos que a história remonta certos movimentos que se identificam com esse movimento.

Segundo prof. Dr. Alderi Sousa[3], que parte de uma perspectiva da tradição reformada, ou seja – das Igrejas históricas que mantêm sua teologia fiel aos ensinos dos reformadores tais como Lutero, Calvino, entre outros -, se quisermos entender o surgimento desse movimento, o que ele denomina de “carismático” (dons espirituais), seria interessante voltarmos ao séc. II, à historia de um homem chamado Montano.

Montano é conhecido por sua eclesiologia, que dava ênfase exacerbada na doutrina do Espírito Santo. Segundo alguns dos poucos relatos encontrados na obra de Eusébio de Cesáreia[4],Montano era de uma certa vila na Frígia – Ásia Menor, chamada Arbada. Recém-converso, tinha um grande desejo de liderança, o que – segundo Eusébio -, fez com que Montano se tornasse presa fácil para o diabo. Certo dia, arrebatado em êxtase e frenesi, delirava pronunciando coisas estranhas – o que por ele era chamado de “nova profecia”. Montano acreditava que a profecia das Escrituras, ainda não havia cessado, pois Deus, falava através dele e de suas profetisas Priscila e Maximila, como falara através de Paulo e dos apóstolos. A igreja revoltada com tal afirmação – ao ponto de chamar dita reação de “oráculos impúrios” -, tratou logo de extirpa-lo do meio da congregação acusando-o de herege e de deturpar a eclesiologia do Novo Testamento.

Segundo Justo Gonzales,[5] em uma nota que fez citando como fonte Jaroslav Pelijan, os seguidores de Montano mais tarde o identificaram como o próprio Espírito Santo.. No entanto, mesmo com todos seus delírios que são perceptíveis, o montanismo teve seu lado positivo – a ênfase no Espírito Santo e na santidade da igreja; e chegou a atrair um dos mais notáveis teólogos da época, Tertuliano.[6] Porém, por causa dos exageros e das interpretações fanáticas das Escrituras, a Igreja no Concílio de Constantinopla em 381 condenou o montanismo como uma doutrina pagã.[7]

O que se pode ver com a história de Montano é que o movimento pentecostal já existia na igreja primitiva, porém, por causa do fanatismo e exagero na questão do  “mover do Espírito”, foi totalmente esquecido pela a ortodoxia da Igreja, já que, pelo que vemos, causou muita inquietação e confusão eclesiástica.

2. Os Quakers

Outro movimento que surgiu com uma certa ênfase no Espírito, porém com menos relevância, foram os Quakers.

Entre o séc. XVII e XVIII havia de uma maneira geral, muita discussão sobre dogmas e conceitos doutrinários. A intolerância religiosa fazia com que as pessoas buscassem subterfúgio entre o intelectual e o espiritual; os mais letrados queriam se livrar das teologias fundamentalistas da época e os menos esclarecidos, ou seja, os de pouca instrução, buscavam um cristianismo mais humano, pautado no verdadeiro amor de Cristo. Entre esses, existiam um grupo de pessoas que ficou conhecido como os Quakers (tremer). Antes de começarmos a falar desse grupo de pessoas falaremos primeiro de seu maior percussor, Jorge Fox.

Jorge Fox era homem de origem muito simples que, segundo nos conta Justo Gonzales [8], se dedicou tanto ao estudo das Escrituras, que chegou ao ponto de dizer que as sabia de memória. Levava uma vida ascética, andava por muitos lugares, passando inclusive fome, buscando a iluminação do Espírito. Pois em seu modo de ver, o cristianismo de sua época deixava muito a desejar. Pregava contra o uso do templo como lugar de reunião para fieis, contra os pastores, os sacramentos, os ministros; dizia ele que tudo isso impedia a verdadeira liberdade do Espírito. À oposição de todas essas questões, Fox procurava a “luz interior” como o verdadeiro caminho  para se encontrar Deus. Embora acreditasse em Jesus, enfatizava que teríamos que chegar a Ele através dessa “‘luz interior” que, em sua concepção, significava muito mais de que todos os rituais e sacramentos que levavam o homem mais para longe do que para perto de Deus.

Com tais afirmações, logo encontrou muitos seguidores de suas doutrinas, pois estes viam uma chance de se distanciarem do cristianismo dogmático que pregara o catolicismo. Nomearam-no como o “filho da Luz” e Fox dava a seus seguidores o nome de “Amigos” que ficaria conhecido como os quakers. Estes tinham em suas doutrinas, uma maneira mais espiritualista de como o homem pode chegar até Deus. Tanto como o montanismo, foram perseguidos, pois rejeitavam a doutrina ortodoxa da igreja. Mas, mesmo com as perseguições eles se expandiram muito, chegando ao número de 50 mil na Inglaterra em 1660.Outro famoso quaker foi Willians Penn, um influente homem que em meio as perseguições da Inglaterra, conseguiu de Carlos ll em 1681, um porção de terra nos Estados Unidos, como saldo de uma dívida de seu pai. Com esse feito atraiu muitos dos perseguidos para lá, instaurando assim, um estado com liberdade religiosa. E esse Estado veio a ser chamado de Pensilvânia, em homenagem ao seu nome, com sua capital, Filadélfia, que significa (amor fraterno).

3. Os Anabatistas

Outro movimento que ocorreu na história da Igreja, que teve certa preocupação com a doutrina do Espírito Santo e com a santidade, foram os anabatistas.

Os anabatistas levam uma vida separatista, ou seja, não se misturando com as pessoas que não pensassem como eles. Rejeitando a ortodoxia de sua época, defendiam o bem comum e a propriedade coletiva. Eram ferrenhamente contra o batismo de crianças, rejeitavam o intelectualismo teológico e enfatizavam a prática cristã mais do que a tradição dogmática e as confissões de fé. Tinham em suas metas restaurar a igreja para que voltasse para a igreja do Novo Testamento. Foram perseguidos severamente em diversas partes da Europa, acusados de hereges, chegando a serem apelidados de “ fantásticos” e “entusiastas”. O próprio Lutero os chamava de “Schwärmer” que, grosso modo, significa (enxame de abelha em torno da colmeia).[9]

4. O puritanismo

Não poderíamos também deixar de falar de um movimento que nasceu dos calvinistas da Inglaterra e, posteriormente, das colônias norte americanas: o puritanismo. Embora este não seja um movimento exatamente com ênfase no Espírito, teve um papel fundamental na teologia de Jonathan Edward e no metodismo de John Wesley, assunto o qual veremos posteriormente.

Os puritanismo, tanto quanto os demais movimentos que já citamos anteriormente, desejavam purificar a igreja de todas as práticas antibíblicas[10].

Para entendermos de onde surgiu o puritanismo é interessante lembrarmos do pano de fundo histórico do protestantismo anglicano.

A reforma da Inglaterra no séc. XVII sob Henrique VIII, se deu pura e simplesmente por questões políticas com Roma, pois o parlamento não se sentia à vontade, tendo que prestar contas à supremacia dos bispos italianos. Mesmo que a igreja anglicana tenha aderido à reforma protestante, ela manteve sua forma de liturgia e os credos católico-romanos[11]. Partindo desse agravante, é que começará a luta dos puritanos – que eram extremamente calvinistas – em trazer a igreja às origens da reforma.

Poderíamos entrar mais a fundo na história dos puritanos, que é de extrema importância para história da teologia, da igreja e, consequentemente, do pentecostalismo, entretanto, não é nossa intenção fazê-lo nesse estágio. Nos deteremos apenas às informações básicas.

Os primórdios do puritanismo foi no reinado de Eduardo VI, quando a reforma teve sua maior influência na Inglaterra. Porém, o movimento foi ter maior relevância no reinado de Elizabete l. O movimento era composto de pastores e leigos que lutaram para reformar a forma de governo, eclesiologia e teologia da igreja anglicana que estava sob o reinado Elizabetano. Por se preocuparem muito com a purificação da igreja e os costumes, denominaram-no de “puritanos”.

Sua meta principal era fazer a igreja voltar às origens da reforma e da Bíblia e livrar-se do “papismo”, ou seja, dos costumes católicos, desde as vestes cerimonias, incensos, bispos, entre outras coisas.

Por causa de suas exigências quanto ao zelo da igreja, foram duramente perseguidos no reinado de Elizabete, a ponto de muitos deles se exilarem na América do Norte, de onde surgiria em Nova Inglaterra, Estados Unidos, o famoso e último dos puritanos – Jonathan Edwards, percursor de um dos grandes reavivamentos do séc. XVIII.[12]

Entre outros puritanos de grande importância, poderíamos citar homens como o grande teólogo William Perkins, John Bunyan – autor do clássico (O peregrino), John Owen entre outros.

5. O Pietismo     

Este movimento surgiu no século XVII e XVIII e teve como uma de suas preocupações “reformar” a reforma de Lutero. Estamos falando do Pietismo.

O pietismo, em sua essência, tinha como protesto a frieza intelectual que dominada a vida religiosa de então. O movimento tinha também uma grande preocupação com a questão espiritual e a santidade, valorizava excessivamente os sentimentos corretos (ortopatia) e o viver correto (ortopraxia). Infelizmente, o “pietismo” adquiriu um sentido negativo por causa do seu individualismo e o apelo ao emocionalismo, mas sua intenção em si, era totalmente relevante. Tillich nos dizendo a respeito disso nos define o termo pietismo:

O termo é menos respeitado na América do que na Europa. Na Europa as palavras “piedoso” e “pietista” podem ser usadas normalmente pelo povo. Mas não na América. Aqui, essas palavras conotam hipocrisia e moralismo. Muito embora, pietismo não tenha necessariamente essas conotações. Pietismo é a reação do lado subjetivo da religião contra o lado objetivo.[13]

Como dissemos acima, o movimento visava reformar o próprio luteranismo, quando o mesmo já não era compatível aos seus princípios fundamentais, tais como a Sola Scriptura, Sola Gratia e o sacerdócio de todos os crentes.[14]

O percussor do movimento foi Johann Arndt (1555-1621), autor do livro O Cristianismo Verdadeiro, considerado a Bíblia do pietismo. O livro enfatizava não doutrinas, mas a mudança de vida e santidade.

Dentre outros nomes do movimento pietista mais importantes, poderíamos citar Philipp Jakob Spener e o conde Zinzendorf, ambos tiveram papeis fundamentais na propagação do movimento. Spencer não propunha com o movimento pietista uma reforma dos dogmas da igreja, mas sim em uma vida que realmente fizesse jus aos sermões que eram pregados com muito intelectualismo e sem um vigor, vivência. A respeito dessa afirmação, há uma caricatura de 1736, na qual o pregador, enquanto expunha seu sermão, a igreja estava dormindo[15]. O pietismo deu origem a várias denominações, dentre elas as mais relevantes são: o luteranismo, os batistas e os metodistas.[16] – movimento difundido por John Wesley.

6. John Wesley e o Metodismo

Não poderíamos falar de pentecostalismo sem que lembrássemos desse que, sem dúvida alguma, foi uma das principais figuras do avivamento do séc. XVIII – John Wesley. Nascido em Epworth (1703-1791), Inglaterra, filho de Samuel e Susana Wesley. Wesley foi criado com todo cuidado de seus pais – que eram descendentes de puritanos – para instiga-lo a levar uma vida piedosa de devoção sincera a Deus. Wesley recebeu sua primeira educação em Chartehouse, e depois em Christ Church – Universidade Oxford, onde adquiriu seu bacharelado em 1724 e em 1727 completou seu mestrado. Era um sério estudante de lógica e religião, no entanto, mesmo com todos os esforços de sua mãe, sua conversão era totalmente “religiosa”. Só em 1725, através da leitura de Jeremy Taylor[17] decidiu fazer da religião um empreendimento para sua vida e, nesse mesmo ano, foi ordenado ao diaconato e eleito para a cadeira de pesquisas no Lincoln College, Universidade Oxford em (1726) e serviu como coadjutor do seu pai em Wroot (1727-29). Voltando para Oxford, tornou-se líder de um grupo de estudantes denominado ”Club Santo”, organizado anteriormente pelo seu irmão Charles. Grupo este que se chamaria “Metodista” por causa de seus estudos bíblicos constantes e metódicos, com muita abnegação e caridade.

Entre 1729-35, Wesley e Charles foram muito influenciados pelo místico Willian Law[18], que se recusava a prestar fidelidade ao rei como chefe da Nação,  justamente por causa de suas ideias místicas.

Neste tempo Wesley não entendia a questão da justificação pela graça, mas procurava em lugar disso, buscar a justificação em uma vida piedosa e em santificação, formulando assim, o conceito da perfeição cristã – característica maior do Metodismo.

Em (1735) começa seu famoso diário – este que escreveria até sua morte. Wesley foi para Geórgia como missionário com intuito de evangelizar os índios americanos, mas, não logrando tal missão, serviu aos colonos como sacerdote.

Em uma tempestade na travessia do oceano, Wesley se impressionou muito como a quantidade de morávios a bordo do navio, pois sua fé os deixavam tranquilos sem medo de morrer (Wesley tinha medo de morrer desde sua infância).

Depois de passar por uma situação desastrosa como pastor na Geórgia, conheceu o morávio Pedro Böhler, o qual exortou-o para que tivesse sua confiança somente em Cristo para sua salvação, pois Wesley sentia necessidade de um despertar que lhe desse certeza de salvação. Em seu famoso diário, Wesley conta que, ao escutar alguém pronunciando em uma reunião o prefácio de Lutero ao Comentário sobre a epístola aos Romanos, sentiu o que tanto desejava: “Senti meu coração se aquecer como nunca antes…” . Sua conversão, que antes era religiosa, agora tornara-se evangélica.[19]

Mais tarde, sua teologia (embora Wesley não se considerava um teólogo sistemático, pois dizia que já haviam muitos compêndios teológicos em sua época, dispensando assim, a necessidade de mais um), iria influenciar de maneira crucial o movimento evangélico moderno e contemporâneo nos Estados Unidos da América, o que Olson chamou de “ortodoxia ardente”. Pois o enfoque dessa “teologia wesleyana” era totalmente no reavivamento espiritual e não em um mero assentimento cristão nominal à ortodoxia doutrinária, que não transforma ninguém em um verdadeiro cristão.[20] E essa característica do metodismo, também influenciaria o movimento holiness no XIX, assunto que abordaremos a seguir.

 7. Movimento de Santidade (Holiness)

Daremos apenas uma pequena pincelada do que foi o movimento holiness para posteriormente entrarmos na história do pentecostalismo do séc. XX, já que, como veremos, este, tanto quanto o metodismo, deixou um grande legado para o movimento pentecostal.

Este movimento teve sua origem nos Estados Unidos nas décadas de 1840 1850, tendo como enfoque principal, a santificação, tal como as dos ensinos de John Wesley.

A perfeição da vida cristã era a meta do movimento, pois como Wesley ensinava, o homem era capaz de ser perfeito, ainda que habitasse num corpo corruptível, manchado pelo pecado. Esse era um processo, segundo o movimento holiness, demandava muito tempo de abnegação e santificação, para que, com tal esforço, se pudesse realmente amar a Deus de todo coração com toda alma e mente e chegar a perfeição.

O movimento logo se espalhou além das fronteiras do metodismo, fazendo com que muitas igrejas Metodistas se tornassem independentes, tais como as Igrejas Unida, a Metodista Livre e a Metodistas Wesleyana e muitas outras que se originaram do movimento holiness, justamente por buscarem um avivamento que se equiparasse com o movimento de santidade propagado por Wesley.

                      Século XX – o século do Pentecostalismo

 Como disse o prof. Dr.Leonildo S. Campos,[21]é muito difícil encontrar um “marco zero” para a origem do pentecostalismo, ou seja, um ponto de partida em toda sua história. No entanto, temos que reconhecer que, de todos os importantes acontecimentos na história do pentecostalismo, sem dúvida, o que mais chama nossa atenção, é o do avivamento ou reavivamento (como alguns denominam), da Missão da rua Azuza.

  1. 1.    O avivamento da rua Azuza.

Em outubro de 1900, um homem chamado Charles Fox Parhan, fundou na cidade de Topeka, no Kansas – Estados Unidos, o Bethel Bilble College[22](Faculdade Bíblica Betel). Onde um dos seus principais ensinos, era sobre a espera do “batismo do Espírito Santo com fogo”[23]. Segundo ele, esta era a “segunda benção”, e uma das evidências desse batismo era a glossolalia (falar em línguas). Parham estava inconformado com o fato das igrejas terem se afastado do fervor da igreja primitiva e de terem esquecido os dons do Espírito ao decorrer da história da igreja. Assim, começou seus ensinos incentivando uma volta ao agir do Espírito Santo. Agnes N. Ozman, uma de suas alunas, em 1 de Janeiro de 1901 recebeu o batismo com Espírito Santo e falou em línguas, assim como muitos outros depois.

Tal ênfase no Espírito, evidentemente era influência do movimento “Holiness” oriundo de John Wesley, no final do séc. XIX, como já vimos anteriormente.

Um de seus alunos era o pastor Willian James Seymour, um homem negro, cego de um olho e de família de ex-escravos. Seymour recebera um convite para pregar na igreja da evangelista negra Nelly Terry, em Los Angeles, porém teve problemas com ela (Terry), ao afirmar que Deus teria uma outra benção além da santificação, a saber: o Batismo do Espírito Santo. Não aceitando tal afirmação ela o expulsou de sua igreja, não lhe permitindo mais retornar. Porém Seymour promoveu outras reuniões e continuou a pregar em outros lugares. Um menino de oito anos recebeu o batismo com o Espírito Santo através de seu sermão e falou em línguas, e muitos outros posteriormente.[24] O sucesso de suas prédicas foi tão grande que ele revolveu alugar um armazém, onde funcionava uma antiga igreja metodista. E no dia 6 de abril, na Azuza Street, 312 – num setor industrial em Los Angeles – surgiria então a Igreja Missão da fé Apostólica, em 1906.

Não demorou muito para o grande reavivamento (como ficou conhecido) se tornar notório por todos os jornais e revistas da época, chamando a atenção de pessoas de todas as partes do mundo. A respeito desse fenômeno sabemos algo proveniente do relato pessoal de Frank Bartleman, homem que esteve em contato direto com Seymour, que participou e presenciou o que aconteceu na Missão Azusa. Bartleman nos conta:

Nos primeiros dias da Missão Azusa, tanto o céu como o inferno pareciam ter chegado à cidade. Os homens estavam a ponto de estourar e havia uma poderosa convicção sobre o povo em geral. As pessoas pareciam cair aos pedaços mesmo na rua sem nenhuma provocação. Havia como que uma cerca em volta da Missão Azusa feita pelo Espírito. Quando o povo a atravessava, a dois ou três quarteirões de distância, era tomado pela convicção dos seus pecados. [25]

Ainda, em sua narrativa, ele nos conta que pessoas corriam à Azuza de todas as partes do país e do mundo para receberem o batismo no Espírito Santo e que, houveram muitas igrejas que perderam seus membros para o tal movimento, que acontecia de maneira sobrenatural naquele lugar. Todavia, da mesma maneira que eram procurados com euforia e entusiasmo, eram também ridicularizados e odiados por muitos e, a cada dia mais, suscitavam muitos inimigos. No entanto, Deus continuava os abençoando e lhes acrescentando – continua Bartleman ainda:

A obra era cada vez mais clara e forte em Azusa. Deus operava poderosamente. Parecia que todos tinham de ir a Azusa. Havia missionários vindos da África, Índia e ilhas oceânicas. Pregadores e obreiros atravessavam o continente, e vinham de ilhas distantes, motivados por uma tração irresistível por Los Angeles. “Congregai os meus santos” (Salmos 50:1-7). Haviam sido chamados para assistir o Pentecostes, embora não soubessem. Era a chamada de Deus. Reuniões independentes, em Lonas e Missões, começaram a fechar por falta de gente. Seus membros estavam todos em Azusa. (…) vieram para Azusa para serem batizados no Espírito (…) Houve muita perseguição, principalmente por parte da imprensa. Escreviam coisas incríveis, mas isso só fazia com que mais gente viesse. Muitos deram ao movimento seis meses de vida. Em pouco tempo havia reuniões noite e dia sem interrupção. Todas as noites a casa estava lotada. Todo o prédio em cima e embaixo havia sido esvaziado e estava sendo utilizado. Havia muito mais brancos do que pessoas de cor frequentando as reuniões. A segregação racial foi apagada pelo sangue de Jesus.[26]

O movimento foi tão expressivo desde sua origem que, hoje depois de 100 anos, já existem mais de 50.000.000 de adeptos do movimento no mundo inteiro.

De todos os movimentos que vimos até agora não há como negar que o pentecostalismo já existia há séculos, porém, o que hoje conhecemos como o movimento do pentecostalismo propriamente dito, só veio realmente a ter maior relevância a partir do século XX. Há quem diga que este século foi o “século do pentecostalismo” – pois foi da Azuza Street em diante, que o movimento tomou força e veio a se tornar o que é atualmente.

2. Origem do pentecostalismo no Brasil

 Para falarmos do movimento pentecostal no Brasil contaremos um pouco da história de três grandes homens: o italiano Luigi Francescon e os suecos Daniel Berg e Gunnar Vingre. Homens que verdadeiramente lutaram para o crescimento do reino de Deus e merecem nossa honra por sua coragem e determinação.

Luigi Frascescon, nasceu em Cavasso, província de Uldine, Itália em 29 de março de 1866. Como muitos europeus de sua época, emigrou para famosa Chicago, cidade que, no final do sec. XIX, tornara-se o maior foco industrial dos Estados Unidos, abrigando milhares de famílias europeias entre elas a do jovem italiano Luigi Francescon. De família humilde, trabalhou como operário assentando mosaicos. Em dezembro de 1891 aceitou o Evangelho, e após um ano de sua conversão tornou-se diácono da Igreja Presbiteriana Italiana de Chicago.[27]Conta-se que ele depois de passar pelos sacramentos de sua igreja, havia ouvido uma voz que dizia: “Tu não obedeceste a este meu mandamento”, referindo ao batismo por imersão (pois o batismo dos presbiterianos era por aspersão) e, após 9 anos de muita relutância, foi batizado por Guiseppe Beretta no lago Michigan,  já com 37 anos de idade.[28]

Paralelamente a seu segundo batismo em 1903, acontecia em Topeka – Kansas, o movimento oriundo do “holiness” que invadira os Estados Unidos, assunto que já abordamos anteriormente. Fracescon seria influenciado postumamente por H. Durham, um pastor Batista que havia participado do avivamento da rua Azuza. No dia 25 de agosto de 1907 Francescon foi batizado no Espírito Santo. Dois anos depois, no dia 4 de setembro de 1909, foi enviado “por santa revelação” de Chicago para Buenos Aires, para fazer missões. Sem conhecer uma só palavra em português, de Buenos Aires partiu para São Paulo, Brasil. Chegando ao Brasil, Francescon se relacionou com uma colônia Italiana no bairro do Brás em São Paulo e passou a congregar na Igreja Presbiteriana desse mesmo bairro. Ele próprio narra seus primeiros dias em São Paulo, suas dificuldades e como Deus providenciou tudo, pois sem que fosse esperado no Brasil por ninguém, Deus preparou alguém que o aguardava e cuidaria dele. Francescon nos conta:

Outra dificuldade que encontrei foi não conhecer uma palavra do idioma português e achar-me sem dinheiro e doente; Deus, porém, que tem todos os corações em Suas mãos, me fez ver a primeira maravilha; ao chegar àquele lugar encontrei na janela a esposa do italiano Vicenzo Pievani tendo o Senhor lhe dito: “Eis o homem que eu vos enviei”. (Note-se que eu não era esperado lá). Assim, fui recebido em casa e em poucos dias depois, o Senhor comprazeu-se (sic) abrir seus corações e de mais nove pessoas. Foram batizadas na água onze pessoas e confirmadas com sinais do Altíssimo. Estas foram as primícias da grande obra naquele país.[29]Referindo-se ao sinal do batismo com Espírito Santo [Grifo nosso].

Tempos depois, a despeito de sua ênfase na doutrina do Espírito Santo, foi provocado um cisma na Igreja Presbiteriana por sua causa; e junto com metodistas, batistas e outros que simpatizavam com o movimento pentecostal, formaram a primeira igreja pentecostal no Brasil em 1910 – a Igreja Congregação Cristã no Brasil[30].

3. Continua o movimento Pentecostal

Outros grandes homens que não podemos deixar de mencionar, são os suecos Daniel Berge e Gunnar Vingren, que também tiveram um papel importantíssimo na implantação do pentecostalismo no Brasil. Vamos conhecer um pouco de suas histórias.

De família humilde, ambos eram filhos de jardineiros. Nascidos em lares cristãos, foram criados com toda a tradição batista. Vingren e Berge deixaram seu país de origem por causa da grande crise que afetou a Suécia entre 1867 e 1886. Nessa época muita gente estava imigrando para os Estados Unidos com a esperança de uma vida melhor.

Berg foi para os Estados Unidos com 18 anos e Vingre um ano depois, com a idade de 24. Estando nos Estados Unidos, Berbe e Vingre se conheceram em uma igreja sueca em Chicago, e nesse tempo Vingren já tinha sua graduação em teologia, adquirida em um seminário Batista sueco, e pastoreava uma igreja em Menominee, em Michiga.

Em uma conferência realizada pela Igreja Batista de Chicago, Berg e Vingre receberam o batismo com Espírito Santo e falaram em línguas, pois o acontecimento da rua Azuza já havia se espalhados por muitos lugares do Estados Unidos.

Dai em diante, Vingren que já era pastor, começou a pregar a doutrina pentecostal, provocando uma ruptura na igreja a qual pastoreava, assumindo assim, outra igreja batista transformando-a em uma igreja pentecostal.

Mais tarde ouviria uma profecia que lhe diria que ele seria enviado além-mar.

Daniel, indo visitar  Vingren, ouviu a mesma profecia dirigida também a ele. Em obediência à profecia, ambos viajaram para Nova York, e lá se encontraram e constaram que as palavras proferidas na profecia confirmavam que Deus os enviaria ao mesmo lugar. E, em 5 de Novembro de 1910, conforme lhes ordenara a profecia, embarcaram no navio Clement, rumo ao Pará, Brasil – viajando na terceira classe por falta de recursos, ambos iam somente com a fé de estar fazendo o Deus lhes ordenara que fizesse.

Desembarcaram em Belém do Pará, sem saber falar uma só palavra em português e sem conhecer ninguém. Onde mais tarde haveriam de abrir a maior igreja pentecostal do Brasil – a Assembleia de Deus.

A respeito dessa experiência, também vamos transcrever alguns desses relatos narrados por Vingren e Berg. Vejamos primeiro as palavras de Vingren estando na Brasil já há alguns meses, ele nos conta suas primeiras experiências :

Mais ou menos seis meses depois da nossa chegada, os diáconos da Igreja Batista me disseram: Irmão Vingren, na próxima terça-feira o irmão dirigirá o culto de oração!

Eu entendi o seu pedido e li alguns versos no Novo Testamento sobre o Espírito Santo e disse algumas palavras. Isto foi em maio de 1911. Os diáconos tinham as suas Bíblias abertas para conferir se eu estava lendo certo. Parece que ficaram satisfeitos com o que eu disse.

Durante aquela semana tivemos cultos de oração a cada noite na casa de uma irmã, que tinha uma enfermidade incurável nos lábios e nós sentimos tristeza, porque ela não podia assistir aos cultos na igreja. O primeiro que fiz foi perguntar se ela cria que Jesus podia cura-la. Ela respondeu que sim. Dissemos então para que ela deixasse naquele instante, todos os remédios que estava tomando. Oramos por ela, e o Senhor a curou completamente.[31]

Berge também compartilha-nos de suas experiências e de como o Senhor estava usando-os:

As visitas dos membros da igreja ao nosso quarto-corredor eram cada vez mais intensas. Os membros da igreja desejavam que orássemos por eles alguns já tinham recebido o Batismo com o Espírito Santo, e muitos doentes haviam sidos curados. Resolvemos, por isso, improvisar cultos à noite, naquele local apertado.*

Era notório que a presença de Deus estava com esses homens em sua empreitada. Como dissemos antes, esses grandes homens de Deus foram os responsáveis pela a segunda igreja pentecostal brasileira: a Assembleia de Deus, que foi implantada no ano de 1911.

4. Pentecostalismo moderno no Brasil

Como já foi dito na introdução desse trabalho, o pentecostalismo tem sido objeto de estudo das ciências humanas e sociais, principalmente pelo seu crescimento vertiginoso e seu impacto na sociedade. Hoje se estima aproximadamente 18 milhões de adeptos, somando os pentecostais de todas as denominações no Brasil.[32] De acordo com o Censo de 2000[33], dos 26,2 milhões de evangélicos brasileiros, 17,7 milhões são pentecostais, e isso equivale a (67%) da cifra acima. Tentaremos, de forma sintética, falar um pouco do que tem sido o fenômeno do pentecostalismo na atualidade, e quais as mudanças que este tem trazido dentro do protestantismo no Brasil.

Segundo o sociólogo Ricardo Mariano[34] há três tipos de pentecostalismo no Brasil: o pentecostalismo clássico, o deuteropentecostalismo e o neopentecostalismo.

4.1. Os Pentecostais Clássicos

É sabido que, dentre os pentecostais, nunca houve homogeneidade desde seu início aqui no Brasil, a começar pela Congregação Cristã (1910) e a Assembleia de Deus (1911) que, desde seu surgimento, já haviam diferenças gritantes entre suas teologias, doutrinas e liturgias.

Como já vimos no decorrer desse estudo, a ênfase do movimento pentecostal desde suas origens nunca foi no intelectualismo e no estudo exaustivo das doutrinas e dogmas, mas nos dons do Espírito Santo, os milagres, a glossolalia e a cura. Porém cumpre lembrar que, segundo Mariano, entre os pentecostais clássicos a preocupação mesmo, de fato, tenha sido essa e, não com o intelectualismo, no entanto, em decorrência da sua ascensão econômica e social, hoje há um maior interesse por parte dos pentecostais clássicos para a formação acadêmica e, sobretudo, a teologia [35]

A designação como clássica ou tradicional, como alguns preferem, refere-se ao pioneirismo histórico dessas denominações. Hoje, a maior igreja pentecostal clássica em termos demográficos, é a Assembleia de Deus, que detém sozinha, 20% do número de todos os evangélicos do Brasil.

Os dados sobre o crescimento das igrejas pentecostais no Brasil, desde a década de 70 até o ano 2000 são significativos, e como dissemos, a Igreja Assembleia de Deus ocupa a primeira posição nas estatísticas de crescimento. Em 1982, a editora Casa Publicadora das Assembleia de Deus (CPAD) publicou um livro sobre a história das Assembleias de Deus no Brasil, que trazia os seguintes dados:

A comunidade protestante no Brasil cresceu rapidamente (…) em 1970 o senso (…) mostrou que havia mais de 2,6 milhões de membros de igrejas. (…) As igrejas pentecostais no Brasil se dividem em quatro grupos de classes principais: as Assembleias de Deus (62,6%); a Congregação Cristã do Brasil (22,3%); as igrejas pentecostais independentes (12,8%) e as igrejas pentecostais ligadas a missões (2,3%).[36]

Só para reforçar nosso estudo em relação ao que já foi dito sobre o crescimento assustador do pentecostalismo no Brasil, disponibilizaremos um quadro com alguns dados extraídos do senso do IBGE das ultimas décadas, para que possamos melhor vislumbrar esses dados, pois são consideráveis e chamam nossa atenção para esse crescimento acelerado. Vejamos:

Anos

População

CCatólica

Evangélicos de missão

Evangélicas pentecostais

Evangélicos

total

Outras religiões

Sem religião

1970

93.470.306

91,8%

_______

_______

5,2%

2,5%

08%

1980

119.009.778

89,8%

3,4%

3,2%

6,6%

3,1%

16%

1991

146.814.061

83,3%

3,0%

6,0%

9,0%

3,6%

47%

2001

169.870.803

73,9%

5,0%

10,6%

15,6%

3,2%

7,4%

Percebemos no quadro acima que, a medida que aumenta a porcentagem da população, diminuem os católicos e crescem os evangélicos pentecostais. Por isso, não é difícil de perceber porque os sociólogos se debruçam no estudo do pentecostalismo no Brasil.

Não falaremos muito sobre os deuteropentecostais, que conforme Mariano classifica é a segunda onda dos pentecostais. Não nos deteremos muito no estudo desse ramo do pentecostalismo, por não ter tanta relevância em relação aos outros, concentramos nossa atenção no neopentecostais que falaremos logo a diante.

As igrejas deuteropentecostais, segundo a pesquisa de Mariano baseada no estudo Mendonça[37], seria as dissentes das pentecostais clássicas, que, a partir da década de 50, começaram a surgir, dentre elas as mais conhecidas são: O Brasil para Cristo (1955), Deus é Amor (1962), Casa da Benção (1964), Evangelho Quadrangular (1964) entre outras.

 4.2. Os neopentecostais

Outra vertente do ramo pentecostal, que começou a surgir nas décadas de 70 e 80 é o neopentecosltalismo. Segundo Mariano esta é a terceira onda de pentecostais.  São elas: Universal do Reino de Deus (1977), – que é a principal delas -, a Internacional da Graça (1980) e Cristo Vive (1986). Estas três, ao lado de Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra (1976), comunidade da Graça (1979), Renascer em Cristo (1986) e a Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo (1994) aparecem como as principais surgidas nesse período.[38]

Uma das particularidades que se tem nas neopentecostais em relação às clássicas, além dos dons de cura, falar em línguas que é tipicamente do pentecostalismo, é a ênfase na teologia da prosperidade . Sobre isso nos diz o Dr. Alderi:

Ao lado das manifestações espirituais extraordinárias como glossolalia, curas, profecias e exorcismo, os carismáticos e neopentecostais brasileiros caracterizam-se por uma forte ênfase na “teologia da prosperidade,” outra influência norte-americana, difundida por líderes como Kenneth Hagin e Benny Hinn. Este tem sido um dos principais elementos do maior fenômeno ocorrido no protestantismo brasileiro nas últimas décadas: a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).[39]

Diferente das outros pentecostais clássicos, os neopentecostais tem participação ativa na vida politica, embora esse quadro esteja mudando entre os clássicos também. Uma das formas muito usadas pelos neopentecostais para propagar suas mensagens e manter as igrejas com grande frequência é a comunicação em massa. Grande parte de seus investimentos tem sido em mídia, tanto em rádio como em televisão. Quanto a isso nos diz Mariano:

Sua expansão se deve, em grande medida, à eficiência no uso dos meios de comunicação de massas, sobretudo o rádio, veiculo no qual sempre fez proselitismo[40]. Nos primórdios, procurava alugar horário nas emissoras logo após o término de programas de pais ou mães-de-santo, para aproveitar a audiência dos cultos afro-brasileiros.

Como podemos perceber, nas poucas linhas que traçamos sobre o movimento  pentecostal no Brasil, ainda teremos muito a ser estudado pelos cientistas da religião, pois o movimento pentecostal, segundo as pesquisas que vemos, tende a crescer ainda mais. Consequentemente, com novos movimentos surgindo dentro do pentecostalismo, vão se alterando a teologia e os costumes. Pois como já vimos desde sua origem aos dias atuais, esses vem sofrendo muitas transformações. Não nos alongaremos mais em nosso estudo, pois nossa intenção foi de apenas conhecer um pouco do que é esse movimento hoje no Brasil.

Considerações Finais

Concluímos nosso estudo dessa visão panorâmica do que foi e é o pentecostalismo no Brasil e no mundo, com algumas observações a serem feitas.

1. Queremos frisar que acreditamos piamente no mover sobrenatural do Espírito Santo sobre a igreja na terra, não cremos que isso foi somente no dia de pentencostes, tal como os cessacionistas afirmam. Pois estes, dizem que a igreja não buscou o avivamento, mas o mesmo aconteceu espontaneamente sem que houvesse uma busca pelo Espírito Santo e que, por isso, o fenômeno da descida do Espírito Santo foi somente naqueles dias. Para a refutação desse argumento, usamos as palavras do Dr. Lloyd Jones, que nos surpreende com sua afirmação, sendo ele de uma tradição reformada:

Outra objeção às vezes apresentada é que em parte alguma o Novo Testamento nos ensina a orar por avivamento. Aqui chegamos a um assunto que poderia ocupar todo o nosso tempo. É farta a argumentação em resposta a esta objeção. O ponto principal da resposta é que a Igreja do Novo Testamento não foi exortada a orar por avivamento, porque ela estava no meio de um avivamento.(…) A igreja do Novo testamento estava cheia do poder do Espírito. Quanto a vocês que leem a história dos avivamentos, não são logo levados a lembrar-se do livro de Atos? A igreja sempre fica parecida com a igreja do Novo Testamento quando esta no meio de um avivamento. (…) o grande derramamento no dia de Pentecoste teve continuidade. A igreja do Novo Testamento era uma igreja pneumática, cheia do Espírito.[41]

2. Cabe salientar que, em decorrência do que tem acontecido no meio pentecostal, tem havido um certo descredito quanto ao que realmente é o pentecostalismo ou avivamento. Vimos que na história da rua Azuza, o pentecostalismo era algo que transformava vidas e fazia com as pessoas tivessem convicção dos seus pecados e imediatamente mudavam de vida. E não simplesmente um apelo emocional para se conseguir adeptos para a igreja.

Assim como nos dias de Montano, temos presenciado muitos que em nome do “poder de Espírito Santo” estão fazendo absurdos com a sã doutrina da igreja e a palavra de Deus. Segundo uma pesquisa feita pelo Orçamento Familiar do IBGE[42], publicada na revista ISTO É, a cada dia nasce uma nova classe de evangélicos – os sem igrejas. O que o Dr. Augustus Nicodemus denominou de os “desigrejados”. E, ao que parece, para que não façamos nenhum juízo precipitado, segundo a análise de homens do calibre de Dr. Nicodemus, é possível que essa nova classe de evangélicos tenha se distanciado da igreja, justamente por causa desse tipo de movimento que estão longe do que é realmente o agir do Espírito Santo.

Terminamos nosso estudo com as palavras do Dr. Augustus Nicodemus, este que, ainda que tenha uma visão reformada sobre o movimento pentecostal, ou seja, não acredita na ação do Espírito como, o falar em línguas entre outras coisas, porém sua observação quanto ao avivamento é muito pertinente:

Não ignoro os outros lados dos avivamento. Quando Deus começa a agir o diabo se levanta com todas as forças. Avivamento são sempre misturados. Há uma mescla de verdade e erro, de emoções genuínas e falsas, de conversões verdadeiras e de imitações, experiências reais com Deus e mero emocionalismo. Em alguns casos, houve rachas, divisões, e brigas. Todavia, pesadas todas as coisas, creio que um avivamento ainda vale a pena. (…) junto com Loyd-Jones, Spurgeon, Nettleton, Whiltefield e os puritanos, acredito que posso clamar a Deus por um, humilhar-me diante dele e pedir que ele comece em mim.[43]

Que o Espírito de Deus aqueça nossos corações com um verdadeiro avivamento, tal como o profeta Habacuque disse: “…aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e no decurso dos anos faze-a conhecida.” (Hc 3.2), pois acreditamos que, pentecostalismo sem avivamento é mero emocionalismo.


 Servo de Cristo, 

– Josias Silva

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Notas:

[1] Cf. Alfredo dos Santos Oliva – Antônio Paulo Benatte Oliva, Cem anos de Pentecostes: Capítulos

da História do Pentecostalismo no Brasil. São Paulo: Fonte Editorial, 2010, p. 31

[2] Cf. Walter A. Elwell, Enciclopédia, Histórico-Teológica da Igreja Cristã: ed . São Paulo, Vida Nova, 2009, p. 135-136

[3] Cf. Alderi Souza de Matos, O Movimento Pentecostal: Reflexões a propósito do Centenário. FIDES REFORMATA XI, Nº 2 (2006): p.31

[4] Cf.Eusébio de Cesaréia, História Eclesiástica: Os primeiros quatros séculos da Igreja Cristã, São Paulo, CPAD, 1995, livro V cap. 15-16, p. 181-182

[5] A esta afirmação um tanto exagerada pelo que conhece da história de Montano, recorrer a nota de rodapé de número 51 escrita por Justo Gonzalez in: Uma História do Pensamento Cristão, São Paulo, Cultura Cristã, 2004, vol 1, p. 139

[6] Tertuliano nasceu em Cartago cerca de 160, filho de um centurião romano. Recebeu desde a infância solida educação intelectual, teve formação jurídica e retorica, falava o grego fluente. Aproximadamente em 195 tornou-se cristão, se dedicando a literatura a serviço da Igreja. Mais ou menos em 207 rompeu com a igreja pela natureza de seu caráter rigoroso e inflexível, aderindo ao movimento de Montano. Ver B. Altaner – A.Stuiber, Patrologia, São Paulo, Paulus, 1988, p.155.

[7] Cf. Earle Cairns, O cristianismo através dos séculos, São Paulo: Vida Nova, 2008, p. 87

[8] Cf. Justo Gonzales, Uma História do Pensamento Cristão, São Paulo, Cultura Cristã, 2004, vol 1, p. 139

[9] Cf. Alderi Souza de Matos, Fundamentos da Teologia Histórica, p.162-163.

[10] Cf. Justo Gonzales, Uma história do Pensamento Cristão, Vol.3, p.295.

[11] Cf. Antonio Gouveia Mendonça, O Celeste Porvir: Inserção do Protestantismo no Brasil, p. 56

[12] Alderi Souza de Matos, Fundamentos da Teologia Hitórica, p. 187-189

[13] Cf. Paul Tillich, Historia do Pensamento Cristão, p. 279

[14] Cf. Roger Olson, Hitória da Teologia Cristã, p.465

[15] Para saber mais sobre o Pietismo e conferia a caricatura, Ver. Justo L. GONZALES, Historia Ilustrada do Cristianimo, Vol 2, p. 338.

[16] Cf. Alderi Souza de Matos, Fundamentos da Teologia Histórica, p.196-200.

[17] Jeremy Taylor foi um clérigo e escritor da igreja da Inglaterra (1613-1667). Taylor ficou conhecido como o “Shakespeare do Divines”, pelo seu estilo escrever em prosa. Escreveu obras importantes, uma das quais podemos aqui destacar foi: “A Regra da Vida e Exercícios Santos”, tida como a principal pelos leitores devotos. Nessa obra Taylor escreve um verdadeiro manual de vida cristã, como santidade, como evitar vícios, tentações entre outras coisas para se alcançar uma vida piedosa. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Jeremy_Taylor&gt; Acesso em: 22 out. 2011.

[18] Willian Law foi um teólogo e escritor nascido em King´s Cliffe, Northampotonshire – Inglaterra. Law participou efetivamente das controvérsias que agitaram a igreja anglicana no séc. XVIII, recusando-se a prestar juramento de lealdade a Geoge l – (o rei da Inglaterra na época). Law contribui decisivamente no campo da devoção cristã em sua mais memorável obra: A Serious Call to a Devolt and Holy Life (Uma seria chamada a uma vida santa de devoção) – escrita em 1729. Este livro veio a influenciar decisivamente John Wesley. Ver: ElWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Vol.3, São Paulo: Ed. Vida Nova, 2009. p. 415

[19] ElWELL, Walter A., op. cit., p. 642. Veja também Roger Olson, História da Teologia Cristã, p.523

[20] OLson, Roger., op. cit., p. 529.

[21] Cf. Leonildo S. Campos. In: Alfredo dos Santos Oliva – Antônio Paulo Benatte (org.), Cem Anos de Pentecostes, p.15

[22] Cf. Marcos Davi Oliveira, A religião mais negra do Brasil: Por que mais de oito milhões de negros são pentecostais, p.27.

[23] Cf.M. A. Noll. In: Enciclopédia HistóricoTeológica da Igreja Cristã, 241

[24] Cf. Duncan A. Reily, Historia documental do protestantismo no Brasil, 365.

[25] Cf. Bartleman foi um holiness que recebeu notícias do avivamento no País de Gales, ocorrido em 1904, passando a dedicar a sua vida a orar e publicar livros e folhetos conclamando outros a orarem e buscarem um avivamento para a cidade de Los Angeles, Califórnia. Ver: Frank Bartleman, História do Avivamento Azusa, p. 41. Citações e referências a documentos eletrônicos. Disponível em:<http://www.4shared.com/get/SLKRh.DPn/Frank_Bartleman_-_A_Histria_do.html&gt; Acesso em: 14 out. 2011

[26] Cf. Ibid., p.42.

[27] Cf. Ducan Alexander Reily, História documental do protestantismo no Brasil, p. 367.

[28] Para maiores detalhes da história de Francescon veja: Elben M. Lenz César, História da Evangelização do Brasil: Dos Jesuítas aos Neopentecostais, p.114. É interessante frisarmos que Francescon ainda que tenha sido indubitavelmente foi usado por Deus, não podemos deixar de mencionar que segundo o movimento pentecostal clássico (os primeiros pentecostais como: os assembleianos), a igreja cristã do Brasil é como uma seita por causa do seu exclusivismo. Pois, (segundo os pentecostais clássicos), eles se sentem como a única igreja certa e não se relaciona com outras, inclusive com os próprios pentecostais. Não assistem televisão, não escutam rádio e creem que a salvação é predestinada aos eleitos; são calvinistas ainda que a maioria não o saiba – pois não são muito dados ao estudo teológico. (Não estamos nos posicionado em relação a seus costumes – se são certos ou errados – estamos apenas relatando fatos, a título de informação.)

[29] Cf. Ducan Alexander Reily: História documental do protestantismo no Brasil, p.368. (sic! O texto foi transcrito conforme o original escrito por Francescon)

[30] Cf. Elben M. Lenz César, História da Evangelização do Brasil, p.114

[31] Cf. Ducan Alexander Reily: História documental do protestantismo no Brasil, p.370

* Cf. Ducan., op. cit, p.371

[32] Cf. João Décio Passos (org.), Movimentos do Espírito: Matrizes, afinidades e territórios pentecostais, p.11

[33] Ver maiores detalhes sobre a pesquisa do IGBG. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/populacao/religiao>Censo2000. pdf.  Acesso em: 10 out. 2011

[34] Cf. Ricardo Mariano, Neopentecostais: Sociologia do Novo Pentecostalismo no Brasil, p. 23

[35] Embora haja esse interesse pelo estudo e a preparação teológica por parte dos pentecostais clássicos, cabe salientar que a Congregação Cristã no Brasil, no entanto, ainda se mantem fiel aos moldes de seu pioneirismo no Brasil; recusando assim, o estudo teológico – tendo-o como um impedimento do agir do Espirito Santo dentro da igreja. Inclusive para os sociólogos, fica muito difícil de saber a classificação do tipo de pentecostalismo na qual a (CCB) se encontra hoje.

 [36] Cf. ALMEIDA, A. (org). Historia das Assembleia de Deus no Brasil, Rio de Janeiro:CPAD, 1982. In: Alfredo dos Santos Oliva – Antônio Paulo Benatte Oliva, Cem anos de Pentecostes: Capítulos da História do Pentecostalismo no Brasil. São Paulo: Fonte Editorial, 2010, p. 32

[37] Cf. Mendoça, apud Ricardo Mariano, p. 25

[38] Cf. Mariano, p. 32

[39] Cf. Alderi Souza Matos, O desafio do Neopentecostalismo e as igrejas reformadas. Disponível em: http://www.mackenzie.br/.7090.html. Acesso em: 18 out. 2011

[40] Termo usado pelos sociólogos para se referir a forma de se conseguir adeptos a uma igreja. O termo é advindo de “prosélito” que esta era usa já nos tempos de Cristo, no Novo Testamento significava os convertidos a religião judaica.

[41] Cf. D.M.Lloyd-Jones, Os Puritanos: Suas Origens e Seus Sucessores, p.26.

[42] Cf. Silvia Regina Alves Fernandes, Mudança de Religião no Brasil- Desvendando Sentidos e Motivações, 2006. In: Revista ISTOÉ, O novo retrato da fé no Brasil, p. 60.

[43] Creio em Avivamento In: Augustus Nicodemus, O que estão Fazendo com a Igreja. p 168